URGENTE: Travesti assassinada na região do Arouche foi identificada e o assassino já se encontra pre
Foi identificada a travesti assassinada a facadas na região do Largo do Arouche. Ela foi sepultada hoje (26/10/2018), por volta das 13hrs00min no cemitério São Luís, na ZS da Capital Paulista. O corpo desta travesti estava aguardando a devida identificação, sendo guardado no IML Central de São Paulo/SP, onde muitas pessoas se mobilizaram para tentar identificar o corpo durante os oitos dias pós crime.
Uma prima de terceiro grau da travesti, que mora na capital paulista, a estava procurando após o seu sumiço no grupo da família no whatsapp. Ela foi ao IML Central e reconheceu o corpo, porém, para liberação dela, só poderia ser um parente mais próximo; por isto, uma avó da travesti veio do estado de Goiás para São Paulo para conseguir a liberação e realizar sepultamento.
RECORDANDO SOBRE O CRIME, COM O QUE HAVÍAMOS DE INFORMAÇÃO ATÉ O MOMENTO:
"Uma travesti identificada, até o momento, como Priscila foi morta a facadas no Largo do Arouche, centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, 16. Segundo uma testemunha que preferiu não se identificar, ela ouviu do apartamento os gritos de socorro. “É bem comum discussão aqui nessa região. Sempre tem um vidro quebrando, garrafa. Não é a primeira vez que acontece. O problema é que dessa vez estava bem alto. Eu abri a janela e consegui ver que tinha umas quatro ou cinco pessoas discutindo na frente do bar”, disse. “Estavam gritando, chamando de prostituta, vagabunda, agressões verbais que não lembro. E ouvi, sim, o nome de Bolsonaro nessa hora, de ‘Bolsonaro presidente’, essas coisas”, relata. Com medo, decidiu fechar a janela. De acordo com as informações de investigadores do caso, os golpes de faca foram feitos ainda na porta do bar. Na sequência, uma outra testemunha que estava próxima ao Hotel San Raphael, no Largo do Arouche, conta que a vítima foi cambaleando para a frente do local, se apoiou em uma porta de vidro e acabou caindo perto do tapete do estabelecimento. “No meio da briga, ouvi ‘com Bolsonaro presidente, a caça aos 'veados' vai ser legalizada'”, afirma uma testemunha que também pediu para não se identificar. A travesti foi socorrida e levada até a Santa Casa de Misericórdia, também no centro da capital paulista, mas morreu no caminho. No momento da chegada da Polícia Militar ao local, não havia documento de identificação da vítima. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) e, de acordo com as investigações, até o início da noite desta terça-feira não havia sido reconhecido. A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou, em nota, que um inquérito foi aberto no 3º Distrito Policial, nos Campos Elíseos, e que “diligências estão nas ruas procurando testemunhas e imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação da autoria do crime”. A Ponte entrou em contato com o hotel e, por telefone, um atendente informou que a Polícia Civil já está com imagens de câmeras que possam ajudar a elucidar o caso".
Fonte: @ElPais_Brasil.
Link da matéria: https://goo.gl/gPPr1M.
PRESSÃO DA SOCIEDADE CIVIL PARA QUE AS AUTORIDADES DESCEM A DEVIDA RESPOSTA SOBRE O CRIME COMETIDO CONTRA A TRAVESTI:
O #ColetivoArouchianos chamou e realizou em conjunto com diversos outros movimentos sociais e pessoas que lidam dentro das questões LGBTQI+, uma manifestação no último domingo (21/10/2018). De acordo com a organização do evento, o público foi de aproximadamente 2 mil pessoas, que empunharam cartazes, velas, flores e fizeram gritos por justiça no caso da travesti assassinada na região do Largo do Arouche.
Fonte: @ColetivoArouchianos.
Leia a nota púbica na íntegra (com fotos) aqui: https://goo.gl/5M4t83.
CINCO NOVAS QUESTÕES IMPORTANTES (APURADAS) SOBRE O CRIME:
- Primeiro, o assassino foi identificado como ARMANDO VILA REAL FILHO (28 anos), natural de de São Paulo/SP, já se encontra preso e à disposição da justiça - De acordo com investigação policial, o assassino teria brigado com ela dentro do bar e teria deferido as facadas na presença de outras pessoas. A polícia prendeu outras duas travestis suspeitas de participação no crime, mas foram liberadas porque o assassino, Armando, confessou ter cometido o crime sozinho, inocentando as duas travestis presas.
- Segundo, a suspeita de que o nome dela fosse Priscila não foi confirmada - O nome social dela era JÉSSICA GONZAGA (25 anos), natural de Goiânia/GO. Esta informação foi passada pela prima da Jéssica. *Não divulgaremos o nome civil delegado à Jéssica pois, não era este nome que Ela utilizava.
- Terceiro, a polícia trabalha com crime passional - Em imagens (sem áudio) gravadas por câmeras de segurança na região do local do crime (Bar e Bilhar Fortaleza), antes da briga e do crime que resultou na morte da Jéssica, Ela e o assassino aparecem nas imagens se beijando. Estas imagens foram assistidas por militantes Ts que confirmaram a veracidade das imagens. Mas ainda não se sabe o motivo pelo qual o assassino, Armando, teria atacado a Jéssica com uma faca peixeira grande, deferindo seis golpes fatais contra ela.
- Quatro, existe suspeita de que os gritos de "Bolsonaro Presidente" e "com Bolsonaro presidente, a caça aos viados vai ser legalizada" foram gritados por espectadores do crime - Ao que tudo indica, de acordo com versão da polícia após relato de testemunhas, os gritos de cunho político, de ódio e de apologia ao crime, foram ditos por pessoas que moram na região e gritaram das janelas de seus apartamentos. O que se sabe, é que os vídeos em poder da polícia não são audíveis, portanto não dá para descobrir de fato quem gritou as palavras odiosas e de cunho político durante o acometimento do crime que resultou na morte da Jéssica.
- Quinto, tivemos acesso à informação de que a Jéssica estava guardando dinheiro para realizar dois sonhos: intervenções cirúrgicas para para colocar prótese nos seios e a redesignação sexual, a popular, mudança de sexo. Estes sonhos foram interrompidos e não se sabe, até agora, onde está este dinheiro guardado.
RECONHECIMENTO E PARABENIZAÇÕES
Tornamos público o engajamento e participação nos trabalhos incansáveis de identificação e sepultamento da Jessica, a militância de travestis e transexuais, integrantes das Coordenação Municipal e Estadual LGBTI+ de São Paulo/SP. Todo devido mérito.
Também vale o devido elogio devido à rápida resposta, exatamente dez dias após o crime, da equipe do Delegado Titular do 3° DP Campos Elíseos, Roberto Krasovic, que identificou o assassino, o prendeu, imputou sobre ele os crimes baseados no código penal e o apresentará à justiça para o devido júri.
Todos os direitos reservados - @HelcioBeuclair.