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Lésbica e gays são agredidos pela PM-DF na 9º Parada LGBT de Ceilândia


Foi realizada neste domingo (19/11), a 9ª Parada do Orgulho LGBT de Ceilândia/DF, sob o tema "A igualdade e o respeito começa entre nós!". O evento contou com participação de personalidades ilustres da comunidade LGBT, como a mulher transexual Leonora Áquila, que mora em São Paulo/SP e foi exclusivamente para a Parada de Ceilândia.

Ceilândia é considerada a região administrativa do Distrito Federal com maior influência nordestina, e tem uma economia forte baseada no comércio e na indústria, e é considerada um celeiro cultural e esportivo, por conta de sua riquíssima diversidade artística e pelos atletas da cidade que despontam no cenário nacional e mundial.

Tudo estava para ser uma das melhores edições da Parada LGBT da cidade, mas um fato de violência policial contra uma mulher lésbica negra e contra um homem gay, que é militante LGBT reconhecido nacionalmente, aconteceu na Parada.

Maurício Martins relatou em sua conta no Facebook (https://goo.gl/q44m7J) ter sofrido humilhado, agredido e preso pela Polícia Militar do Distrito Federal, ao, segundo ele, "defender uma mulher negra e lésbica que estava sendo agredida por policiais do 8º batalhão de polícia (militar) na Parada (LGBT) de Ceilândia".

O militante LGBT, que é homossexual e está em relacionamento com João Marcos Salles Barbosa, postou diversas fotos junto ao relato, com imagens feitas já dentro da 23º DP, localizado ao St. P EQNP 30/34. Em uma das fotos, ele mostra a marca das algemas em seus braços escoriados e nos braços do namorado também. Em outras fotos, ele mostra quatro policiais militares, sendo que destes quatro, uma é mulher e três são homens. Mas, infelizmente, não há como identificar os policiais e a policial.

Ao ler no meu perfil no Facebook um relato sobre algumas Paradas LGBT realizadas em algumas cidades brasileiras, o Allysson Prata, que se identifica como Presidente da Parada do Orgulho LGBT de Ceilândia/DF afirmou que "não presenciamos nenhum tipo de truculência por parte da polícia" (foto ao lado). Ao mostrar a ele o relato do Maurício Martins, o Presidente da Parada do Orgulho LGBT de Ceilândia/DF continua irredutível e diz que "não foi isso que o comando geral da polícia (militar) nos informou, acho que deve primeiro ter informações completa para depois sairmos divulgando o que não é verdade".

Com este gesto, o Presidente tentou em dúvida o relato do militante LGBT Maurício Martins e defender a PM-DF. Em contato com o 23º DP de Ceilândia (0XX61-3207-7931), me identifiquei como jornalista e fui atendido pelo Rafael Silva, que se identificou como agente da delegacia. Em uma breve busca sobre os fatos, Rafael Silva disse que "o Maurício Martins foi preso por desacato, lavrado um B.O. e depois liberado". Questionado se houve algum exame de corpo de delito por conta das escoriações no corpo do militante LGBT, Rafael Silva não soube informar se foi feito tal exame e concluiu dizendo que "o caso será investigado".

Até o fechamento desta matéria, não há nenhuma nota pública por parte do comando da Polícia Militar do Distrito Federal e nenhuma nota por parte da Organização da Parada em defesa da lésbica e do gay agredidos por PMs na Parada de Ceilândia, e não obtive resposta quanto a nota, apenas o comentário infeliz de seu presidente-organizador. Estou em busca de informações do paradeiro da mulher lésbica e negra, mas até o momento não obtive resposta do Maurício Martins.

 

ATUALIZAÇÃO (22/11/17 às 19hrs) - Sobre a agressão e prisão de uma mulher lésbica negra e de um casal gay na 9ª Parada do Orgulho LGBT de Ceilândia/DF 2017, o Comandante do II CPRO, Cel QOPM Alexandre Rodrigues, respondeu a esta matéria por meio de uma nota direcionada, afirmando que "um cidadão interferiu na abordagem que era realizada em uma jovem (lésbica e negra), a qual insistiu em tocar na policial feminino, xingá-la e desacatá-la. Ao ser dado voz de prisão a jovem (lésbica e negra), um cidadão, que se identificou como assessor parlamentar (Maurício Martins), interferiu na ação policial e foi preso e conduzido à DP (junto com seu namorado também)".

A nota ainda informou que o público presente registrado pela @PMEDF na Parada "foi de 1.500 pessoas", e que foram presas "três pessoas que furtaram telefones celulares dos participantes da parada". Confiram na imagem à baixo, a resposta completa da Polícia Militar do Distrito Federal:


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