2015: Um país manipulado em favor do ódio, que beneficia aos mais ricos!
É hora de eu conversa com você sobre este assunto... as próximas palavras que você lerá neste texto, poderá lhe causar desconforto no estômago até vontade de esmurrar a tela deste computador [ou quebrar este smartphone/tablet] pensando ser minha cara. E de fato, precisa de terapia se o caminho para a sua forma de convívio for a violência, seja ela física ou verbal e psicológica.
Desde que eu me entendo como gente, e isto desde os meus 19 anos, quando decidi ampliar meu campo de visão para além de mim mesmo, tenho observado este meu país chamado Brasil, desenrolar-se através daquele momento aos dias de hoje. Antes disto, meus mestres de história sempre se esforçavam para cativar em nós, discentes, o interesse pela história de nossa pátria... muitos tripudiavam, outros se interessavam sem muito entender [eu estive entre estes].
Quando o PT [através do ex-presidente Lula] assumiu à Presidência da República e nos anos a frente de seu mandato (2003-2011), muito mudou ao meu redor e até onde minhas visão alcançava, famílias agora poderiam viver a esperança plantada no movimento de diretas já. O acesso à educação foi ampliado [o mais importante], o poder de compra do trabalhador brasileiro foi aumentado, a distribuição de renda alcançou patamares nunca antes visto neste país; eu moro na Cidade de São Paulo, e é [de fato] fácil para quem nasceu e mora aqui dizer que o "bolsa família é para manipular a massa, dando dinheiro a vagabundos"...
As cidades São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande (sudeste e sul do Brasil) e as suas regiões metropolitanas, e consequentemente seus estados, são historicamente beneficiados desde antes da fundação da República do Brasil (através do golpe político-militar contra a monarquia, em 15 de novembro 1889), benefícios provenientes tanto da coroa monárquica imperialista, como pelos presidentes e generais que assumiram o comando dos Palácio do Catete (1897-1960) e Planalto (1960-até os tempos atuais).
Os benefícios foram mais escrachados e visíveis durante a ditadura civil-militar (1964-1985), cujo o Brasil teve o "bum" industrial; tais indústrias, era trazidas e instaladas, principalmente, no sudeste [às cidade de São Paulo e Rio de Janeiro], tendo como matéria prima de minério advinda do estado de Minas Gerais. E quanto ao norte e nordeste do Brasil? E o centro-oeste?
Bem, a máquina pública Federal estava instalada no centro-oeste desde antes o processo de industrialização, portanto, a riqueza desta região [referindo-me aos mais ricos e a desigualdade social que gera riqueza a eles] estava garantida, já o norte serviu [e criminosamente ainda serve] como fonte de madeira retirada da devastada Amazônia, cujo havia sido cortada ao meio em meio à Transamazônica [criada durante a ditadura civil-militar], que facilitou [e facilita] a devastação da maior floresta tropical do mundo.
O norte, assim como o [mais] nordeste, também tinha mão de obra em regime escravo, maquiado por um sistema trabalhista que só beneficiava aos patrões. O nordeste brasileiro sempre foi tido como sendo a região de escória pela elite sulista do Brasil, sem esquecer aos do centro-oeste, afinal, o nordeste que já era pobre, se tornou ainda mais pobre e abandonado com a centralização industrial no sul e sudeste, obrigando famílias inteiras a migrar para as ricas cidades grandes destas regiões, criando assim as imensas e famosas favelas cariocas e paulistas.
Por que precisamos saber disto tudo que eu disse (muito obrigado aos meus professores e às minhas professoras)? Saltando da dura realidade nordestina e do norte do Brasil desde antes a Proclamação da República, pelo golpe de 64 e chegando aos governos de Itamar Franco e FHC, o Brasil estava extremamente mergulhado na extrema miséria; e mesmo nas cidades mais ricas como São Paulo e Rio de Janeiro, a miséria [que provocou altos níveis de mortalidade infantil, a violência, a fome e o surto de cólera] fazia vítimas mortais.
A fome [assista ao vídeo acima], este é o foco, pois, com fome não se estuda, não se trabalha, não se consegue fazer nada [ou eu estou mentindo?]. Aí, surge a grande pergunta, pessoas que nunca tiveram contato direto com a fome [sentir ou se sensibilizar, empatia] podem questionar ao Bolsa Família? O que é afinal o programa Bolsa Família? Bem, na minha visão como baiano que viu [mas não sentiu] a fome de perto, é de que ela é desumana, cruel e sorrateira, além de mortal. Em minhas andanças pela periferia de minha cidade natal (Itamaraju/BA) pude perceber o quão destrutiva é... claro que eu não tive contato com o extremo da fome, mas posso relatar um acontecimento:
Certa vez, fui a um bairro na periferia pobre da minha cidade para um trabalho social/escolar, entrei em uma casa com alguns colegas e me atrevi a ir até a cozinha para beber água. Foi quando eu fui mais atrevido e levantei a tampa de duas penelas que estavam sobre o fogão de barro; em uma das panelas havia feijão fervilhando em meio a muita água, na outra, vi papelão sendo cozido... logo concluí, mesmo com minha pouca idade na adolescência, que aquilo serviria como alimento, e foi exatamente isto que a negra, magra e mal vestida dona da casa me disse ao me pegar futucando seu fogão.
É fácil para esta juventude (anos 2000/2010) para cá criticar ao governo do PT dizendo que nada foi feito e que por isto, deve ser tirado do poder. Eu, Helcio Beuclair, votei e fiz campanha pública no segundo turno das eleições de 2014, cujo a Presidenta Dilma Rousseff foi reeleita, derrotando ao fruto da miséria Aécio Neves. Consegui converter milhares de votos, não só na capital, mas em diversas partes do Brasil, mas não fiz isto pelo PT, nem pelo Lula ou pela Dilma, eu fiz isto pelo o Brasil, e continuo fazendo. Sei que a praga da corrupção está aí, escancarada, e acho ótimo que esteja escancarada, ao invés de estar escondida como era anteriormente, afinal, não se ouvia ou lia muitas notícias de corrupção, desde os golpes que resultaram na Proclamação da República e posteriormente na Ditadura Civil-Militar, assim como parte do governo democrático instaurado após as "Diretas Já", liderada pelo eterno Leonel Brizola e outros líderes da esquerda brasileira.
"Negro na faculdade? Lugar de preto é na favela, na penitenciária e longe da gente rica e branca que somos", hoje, é difícil [talvez nem tanto] de ouvirmos falar assim, mas nem precisamos ouvir, afinal, a maior população pobre do Brasil é formada por negros e índios, e também temos os negros como a maior parcela da cena carcerária no Brasil. Talvez, para você, isto não significa nada, mas estes são dados [mesmo que superficiais e visíveis] que dizem: ainda somos um país desigual, racista e, o pior, fascista; fascismo este, que não só atinge à população negra e pobre, mas também a nós LGBTs, às mulheres. aos índios e também às religiões tidas como averso [ou, sendo educado, diferente do cristianismo].
E como mudamos isto? Desculpe o meu pessimismo, na verdade é realismo, mas não teremos mudanças significativas a curto prazo, somente a longo prazo [próximas segunda ou terceira gerações]. Por que? A educação ainda é a maior problemática desta minha pátria, que se subjuga democrática, mas é confrontada e governada [ainda hoje] por oligarquias da elite, que detém a mídia, os empregos de massa, as casas legislativas nas mãos e os palácios e prédios do executivo, quiça, nem se salve o judiciário... É do povo que deve emanar esta mudança, é do povo para o povo. Entretanto, o povo precisa ser provocado, e esta provocação é o conhecimento, a educação, a cultura e a politização mínima [que seja] de nossas próximas gerações; gerações estas que sentiram vergonha e agiram com repúdio histórico à forma dos governos tratarem nossos metres e mestras professores [o Governador do Paraná, Beto Richa, é o maior exemplo].
Assim como eu, milhões de brasileiros tem ainda mais esperança [comparado com antes], pois sabemos que conquistamos muito, e que muito ainda precisa ser conquistado. E eu digo: não é através do ódio, da barbárie, politicagem negativa e da violência dos governos contra o povo. Meu povo chamado Brasil, até quando iremos rir enquanto empurramos e somos empurrados em vagões de trens e metrôs lotados? Até quando ficaremos estarrecidos (sem nada fazermos de concreto, digo isto na tocante e assustadora manifestação de rua)?
Meus Brasil, meu país, terra do samba e da alegria, das belas praias e florestas: CHEGA DE BURRICE E COOPTAÇÃO COMPARTILHADAS, CHEGA MAIS AMOR E INTELIGÊNCIA VIRALIZADA.